Por Leandro Perché
Há algumas semanas, o técnico Gabriel Milito falou em coletiva que há muitos elogios quando se ganha, e críticas nas derrotas; e acrescentou que queria ver o contrário. Então, fico à vontade para classificar como péssima a atuação do alvinegro na manhã do último domingo (01) – sobretudo no primeiro tempo – da virada espetacular contra o Grêmio (2×3) em Porto Alegre.
Escalado em um 4-1-4-1, que este comentarista classifica como o melhor daquele momento, o Galo tinha três volantes de ofício, Bernard aberto pela esquerda, Scarpa pela direita, e Deyverson no comando de ataque. Arana segurava a onda, apoiando na boa, assim como Saravia do outro lado.
Os primeiros dez minutos foi de domínio absoluto do Grêmio, em um 4-2-3-1, com grande volume ofensivo, acuando o alvinegro e criando duas chances claras de gol. Nos dez minutos seguintes, o Galo equilibrou o jogo, mesmo sem jogar bem, e até criou uma boa oportunidade com Bernard, que acertou a trave.
Aos 20 minutos, a expulsão do zagueiro gremista Gustavo Martins trouxe a esperança de que o jogo melhoraria para o lado do Atlético. Só que não! Ao contrário de Milito, que manteve o mesmo time apático e defensivo, Renato Gaúcho foi ousado mantendo os atacantes, e apenas recuando o volante Villasanti para ocupar o espaço do defensor expulso. E, mesmo com um a menos, o tricolor conseguiu abrir 2×0 no primeiro tempo. Faltava intensidade e qualidade ao Galo, que não conseguia criar e sofria contra-ataques perigosos, principalmente com Soteldo pela esquerda.
Não dá para entender a razão de esperar o intervalo para mexer no time, que estava muito mal. De qualquer forma, o Galo voltou para o segundo tempo com dois atacantes – Vargas e Palacios – no lugar de dois volantes – Otávio e Fausto. Ocupou mais o campo de ataque, mas ainda sem inspiração. Após 20 minutos, Milito tirou Deyverson e Bernard, ambos jogando muito mal, promovendo a entrada de Cadu e Rubens. E alguns minutos depois conseguiu o gol com Scarpa – talvez o mais lúcido em campo – cobrando pênalti sofrido pelo esforçado Palacios.
O primeiro gol do Galo ocorreu logo após as substituições gremistas para recuar o time – zagueiro e volante na vaga de dois jogadores ofensivos. E o alvinegro continuou buscando o gol sem coordenação e sem muita qualidade. O time não melhorou coletivamente, mas as peças que entraram mostravam mais intensidade e qualidade do que as que saíram. Rubens pela esquerda e Palacios pela direita passaram a ser boas opções de ataque, junto com Scarpa pelo meio.
E, a poucos minutos do fim regulamentar, o desespero fez Milito colocar o centroavante Alan Kardec, que acabou participando da virada. Aos 47, cabeceou a bola que pegou na mão do defensor gremista – pênalti convertido por Palacios E, aos 50, deu o passe de calcanhar para o arremate de Arana, cujo rebote sobrou para o gol de Eduardo Vargas.
De uma atuação ruim, surgiu uma virada extraordinária e um resultado importante para se manter na parte de cima da tabela. Méritos para os jogadores que entraram! E alerta ligado para que o time dê mais importância para o Brasileirão, pois, visivelmente, o estado anímico dos jogadores é outro na disputa das copas, e não pode ser assim. Se não for sofrido não é Galo? Concordo! Mas esse time pode jogar melhor e com mais intensidade. Agora, com mais tempo para treinar – o time só joga daqui 10 dias, por causa da Data Fifa – esperamos mais do time do Milito. Um abraço e viva o Galo!
Ótima análise Leandro! Concordo em gênero, número e grau. Parabéns!!!