VITÓRIA NA BASE DA RAÇA, OU SERIA NA RAÇA DA BASE?

Blog Esportes

Por Leandro Perché

Mesmo com um time inteiro de desfalques, o Galo conseguiu uma vitória gigante, por 2 a 1, contra o Internacional na noite da última quarta-feira (26) em Criciúma. Os destaques ficaram por conta dos garotos da base atleticana; do retorno – com boa atuação – de Hulk, após dois (quase três) jogos fora, e algumas atuações terríveis do time; além do amadurecimento de Gabriel Milito no comando do alvinegro.

Além dos três na Copa América – Arana, Franco e Vargas – e dos dois machucados há mais tempo – Otávio e Rubens –, Milito havia perdido, no jogo anterior, Saravia e Lemos com dores musculares; Alisson, com entorse no tornozelo; Everson com inflamação em um dedo da mão; Robert, com indisposição; e Igor Gomes, suspenso. Que fase!

Com o retorno de Hulk, o treinador optou por armar o Galo no mesmo esquema iniciado contra o Palmeiras, com um 3-4-3, mantendo Cadu no time e utilizando Mariano, pela primeira vez como titular, como um zagueiro pela direita.

O primeiro tempo foi equilibrado, com leve prevalência do Internacional. O Galo teve dificuldades na saída de bola, principalmente quando os gaúchos faziam a marcação alta, e optou por tentar jogar mais pela esquerda com Scarpa, e pelo meio com um participativo e bem marcado Hulk. Palacios, na ala direita, ficou preso na marcação. Paulinho e Cadu pouco jogaram. Time pouco criativo, mas firme na marcação, principalmente com a entrada do jovem volante Paulo Vitor, no lugar de Zaracho, que saiu sentindo ainda no primeiro tempo. Grande destaque para Matheus Mendes, sempre bem colocado e tranquilo, com boas intervenções dentro e fora do gol.

Na etapa complementar, o Galo mudou um pouco o eixo de ataque, passando a tentar mais jogadas pela direita com Palacios e contando com maior participação de Paulinho e Cadu. Logo no início, o atacante cria do Galo fez de cabeça em cobrança de escanteio de Scarpa. O Inter buscou mais presença de ataque com o atacante Alario no lugar do volante Bruno Henrique, e conseguiu o empate após cobrança de pênalti bem defendida por Mendes, mas que não pode fazer nada no rebote.

Os gaúchos cresceram no jogo e partiram para cima, dominando o jogo a partir daí. Em resposta, Milito trocou Palacios por Pedrinho, para reoxigenar o time e prender mais a bola, tentando puxar os contra-ataques. E fechou a “casinha” tirando o atacante Cadu para colocar o zagueiro da base Rômulo. Até então, bom zagueiro pela direita, com experiência, Mariano foi deslocado para lateral/ala, continuando bem na marcação e buscando as jogadas ofensivas com bons passes. Galo no tradicional 3-5-2, defendendo com uma linha de quatro num 4-4-1-1, quando Mariano baixava.

Quando todos os atleticanos já estavam satisfeitos com o empate – diante dos péssimos resultados anteriores – Rômulo fez seu primeiro gol no profissional, completando de “peixinho” uma jogada absurda do Hulk, e decretando a vitória no apagar das luzes.

Mérito para os crias da defesa e do ataque que fizeram os gols; para a boa atuação de Paulo Vitor, tanto na marcação quanto na criação; e para Matheus Mendes, que fechou o gol, e já tem um fã-clube que pede sua titularidade. Mas também há de se destacar o protagonismo e a qualidade do Hulk – para a equipe do Mesa Quadrada, o melhor em campo – e para a atuação segura de Mariano, mostrando que pode atuar em alto nível os 90 minutos. Não podemos esquecer o aprendizado do Milito com as derrotas, pois, desta vez, jogou pelo resultado e não buscando o gol a qualquer custo. Na base da raça e na raça da base, três pontos que dão confiança para a sequência.

Um abraço e viva o Galo!   

*Foto de capa: Pedro Souza/Atlético – retirada do Instagram de @ohenriqueandre.

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