Por Leandro Perché
Podemos esperar um confronto muito equilibrado na final da Copa do Brasil 2024, no clássico entre Atlético e Flamengo. São dois times apontados, no início do ano, como favoritos aos títulos que disputariam, pelo investimento e pelo elenco, mas que passaram por altos e baixos no decorrer da temporada.
O Galo chega à decisão em melhor momento, disputando também o título da Libertadores da América e apresentando um futebol equilibrado e consistente nas copas. Enquanto o rubro-negro carioca enfrenta instabilidade, eliminado nas quartas de final da Libertadores; cada vez mais distante da luta pelo título do Brasileirão; com troca recente de treinador e muitos desfalques importantes.
O time mineiro não pode contar com Deyverson e Fausto Vera, que já atuaram por outros clubes na Copa do Brasil, mas tem os importantes retornos de Zaracho e Bernard, liberados do departamento médico. Por outro lado, Flamengo não terá cinco até então titulares, contundidos – Pedro, De la Cruz, Luiz Araújo, Cebolinha e Viña – além de Pulgar e Bruno Henrique, suspensos. Podem voltar ao time o lateral Alex Sandro, os zagueiros David Luiz e Leo Pereira, e o meia-atacante Arrascaeta, que não vem brilhando nesta temporada.
Para a primeira partida, neste domingo às 16h, no Maracanã, a aposta é que Milito não mude muito o time em relação aos jogos da semifinal contra o Vasco. Devem entrar Otávio no lugar de Fausto, e Rubens na vaga de Deyverson, deslocando Guilherme Arana para o meio de campo. Zaracho e Bernard devem ficar para o segundo tempo ou para o segundo jogo, pelo tempo parados.
Esboçar o time do Flamengo vai ser mais difícil, tanto pela quantidade de desfalques, mas também pelo fato deste jornalista não acompanhar tanto o time de Filipe Luiz. A opção na ponta esquerda deve ser por Michael. No meio, o natural seria o ex-atleticano Allan, mas ele não conta com muito prestígio por lá e, por isso, a opção deve ser pelo recuo do argentino Carlos Alcaraz, para jogar junto com o jovem Evertton Araújo, ou ainda com o improviso de Leo Ortiz como volante, como gostava Tite.
Considerando esse jogo ser fora de casa, o Galo não deve se expor tanto, fazendo uma marcação um pouco mais baixa, por zona e encaixes individuais. Sem a bola, normalmente se posiciona com duas linhas de quatro, em um 4-4-1-1, mas podendo, em caso de necessidade, variar para 4-5-1, com Paulinho ajudando a recompor no meio de campo; ou um 5-4-1, quando Arana ou Scarpa afundam para acompanhar a subida do lateral adversário.
Com a posse de bola, o Galo costuma atacar em um 3-2-5, iniciando com os três zagueiros e os dois volantes, e liberando o Rubens para atacar no corredor do lado esquerdo, enquanto Scarpa faz o mesmo do outro lado. Arana na meia-esquerda e Paulinho na meia-direita, com Hulk na referência.
O Flamengo, no seu tradicional 4-2-3-1, deve buscar propor o jogo, principalmente na velocidade de Michael pela esquerda e na qualidade e de Gerson pela direita, fechando pelo meio para abrir o corredor para o lateral Wesley. Alcaraz também sobe para articular o jogo junto com Arrascaeta que, mesmo numa fase irregular, é sempre perigoso, principalmente contra o Galo. E isso vale também para o predestinado Gabigol.
Acredito que o nosso alvinegro pode voltar do Rio com um grande resultado, inclusive com a vitória, segurando bastante na defesa, com os três zagueiros em grande fase, e aproveitando as inconsistências do adversário e a estrela de Hulk na frente. É importante explorar as costas dos laterais rubro-negros, que atacam bastante, sobretudo dentro de casa, e aproveitar as bolas longas, que vêm sendo uma arma importante nos últimos jogos. Temos também as bolas paradas!
O Flamengo tem mais mídia e dinheiro, mas o Galo tem mais consistência e um treinador mais experiente, inteligente e com uma visão de jogo espetacular. Além disso, na Arena MRV, no dia 10, a massa vai carregar esse time rumo ao título. Eu acredito! Sou mais Galo na Copa do Brasil. Um abraço e viva o Galo!
Foto de Capa: Pedro Souza/Atlético