Por Diego Zanini
O Cruzeiro teve um desempenho muito ruim no clássico, e achei que, em alguns momentos, chegou a faltar vontade dos jogadores do meio para frente. Nossa torcida fez a sua parte e conseguiu bater o recorde de público do Mineirão neste ano, com mais de 61 mil presentes.
Quando saiu a escalação de Fernando Seabra, a torcida se surpreendeu com a presença de Walace no lugar de Lucas Romero. A torcida sabia da importância do reforço para o time, mas não que o volante argentino seria banco.
Dá para entender a opção de Seabra, pois o time adversário tem uma estatura muito grande, e os celestes estavam um pouco prejudicados com Villalba, que não é tão alto para um zagueiro. Assim, podíamos acabar nos prejudicando nos escanteios e nas faltas, com Villalba e Romero, que são mais baixos.
Outra novidade foi o lateral Kaiki na vaga de Marlon. Entre os dois, não se tem muita diferença, mas Marlon, por ser mais rodado, tem mais experiência para esses jogos. E, em campo, as coisas não funcionaram como deveriam, pela baixa produtividade do nosso meio de campo e ataque, mas também teve outro motivo.
O treinador adversário, Milito, conseguiu dar um banho tático, escalou sua equipe muito bem, com um meio de campo mais reforçado e mais forte. Isso neutralizou nossas melhores peças como Matheus Pereira, por exemplo. Toda vez que nosso 10 pegava na bola, tinha três ou quatro adversários na marcação.
Para o segundo tempo, o Cruzeiro já veio modificado, com Lucas Romero no lugar de Walace, e Dinenno na vaga de Kaio Jorge. Mas as trocas não deram muito certo, e a equipe celeste continuou sem criar muito. Na única vez que encontrou espaço, já no final do jogo, Matheus Pereira achou um passe para Arthur Gomes, que bateu bem, mas Everson salvou.
Nossa defesa – e principalmente Cássio – se portou muito bem em campo, e nosso goleiro salvou quando foi exigido. Em um dos lances, ele fez grande defesa, em dois chutes, um de Guilherme Arana e outro de Gustavo Scarpa.
Para se preocupar
Essa tabela após o clássico, quando o Atlético, com o empate, passou o Athletico Paranaense mostra o desempenho pífio do Cruzeiro quando jogou contra os times da parte de cima da tabela.
A equipe celeste só venceu o Botafogo nos dois jogos e, contra o rival e o Fortaleza, acumulou uma derrota e um empate contra cada um. Ainda tem um campeonato pela frente, e vamos enfrentar São Paulo, Bahia, Flamengo e Palmeiras em casa.
Outro ponto a se destacar é essa queda de rendimento em casa. Neste segundo turno, em dois jogos em casa – já que o jogo contra o Fortaleza, mesmo sendo em Cariacica, foi com mando do Cruzeiro – só conseguimos fazer um ponto. Isso, ao contrário do primeiro turno, em que a equipe venceu todos os jogos em casa.
E temos que recuperar esse desempenho da primeira metade do campeonato. Se o time quiser mesmo chegar à Libertadores, terá que melhorar esses números nesses confrontos diretos contra as equipes de cima.
Confrontos complicados pela Sul-Americana
Nesta quinta-feira, dia 15/08, e na outra quinta, dia 28/08, o Cruzeiro enfrentará um grande adversário pela Copa Sul-Americana: o Boca Juniors, da Argentina. Serão duas partidas muito complicadas, nas quais o time terá que jogar muita bola.
A primeira partida será na Argentina, e lá o cuidado terá que ser redobrado, pois todos sabem como o adversário joga no temido La Bombonera e a pressão feita sobre a equipe adversária.
Temos que voltar vivos do confronto e, se der para fazer uma vantagem no jogo da ida, será muito bem-vinda. Acredito que tudo será decido no dia 28, no gigante da Pampulha.
Foto de capa: Foto: Pedro Souza / Atlético