Por Leandro Perché
Foto de Capa: Caca Viglioni
Começo este texto deixando claro que não estou pedindo a demissão do treinador do Galo, que, inclusive, tenho admiração e acho um técnico ousado e com ideias de jogo interessantes. E tenho certeza que você também já esteve “Militizado”, com o início promissor do comandante argentino no Atlético.
No entanto, não apenas os maus resultados, mas também o futebol ruim apresentado pelo alvinegro – mesmo nas vitórias – vem deixando o torcedor impaciente e cada vez mais revoltado com algumas insistências do professor (Pardal?). Nos últimos oito jogos, foram apenas duas vitórias, quatro empates e duas derrotas. Nesse recorte, jogou bem apenas na vitória contra o CRB e, de forma aceitável, no empate contra o Cruzeiro e na vitória contra o San Lorenzo.
A principal bronca da massa vem sendo, desde sempre, com a utilização do ótimo volante Battaglia como zagueiro – nesse final de semana, os dois gols do Fluminense foram em cima dele. Outra reclamação é sua insistência com o jovem Cadu no ataque – contra os cariocas, Deyverson não precisaria ser poupado, já que não pode jogar a Copa do Brasil no meio da semana. E há ainda quem questione a retirada de Franco, que vinha bem, dando vaga no time para o recém-chegado Fausto Vera. O sistema de jogo, com a saída de bola com três defensores, também vem sendo alvo de críticas, pela dificuldade na criação.
No jogo da última rodada do Brasileirão, tudo isso ficou bem escancarado. Muitas dificuldades na saída de bola e na criação, sem variação de jogadas; subindo demais as linhas, sem muita efetividade, e tomando contra-ataques mortais; finalizações péssimas e sem direção (19 chutes no total, nenhum no gol); desespero no segundo tempo, com muitos cruzamentos na área e pouquíssimo aproveitamento; improvisos sem lógica, como o meia-lateral Rubens, como zagueiro (acreditem sem quiserem!!!), e Lyanco como lateral – isso, sem contar o coitado do Battaglia. Desânimo do time espelhado na apatia do treinador.
Na coletiva pós-jogo de sábado, visivelmente abatido, Milito admitiu a crise futebolística e anímica que vive o time, mas não sinalizou abrir mão de sua ideia de jogo ou de seu esquema tático. A filosofia dele é ser protagonista com e sem a bola, mas, com a posse, que sempre é maior que a do adversário, o time não consegue fugir da marcação e insiste na troca de passes entre os zagueiros; e, sem a bola, toma contra-ataques com facilidade e dá chances aos adversários.
Por que não abrir mão de suas convicções, e colocar os jogadores nas posições que rendem melhor? Dessa forma, cada um pode crescer individualmente, agregando ao grupo.
Temos duas decisões de mata-mata pela frente: já na próxima quarta-feira (28/08), contra o São Paulo, no Morumbis, pelas quartas de final da Copa do Brasil; e, posteriormente, contra o mesmo Flu pelas quartas de final da Libertadores. Embora um pouco desanimado, como a maioria dos torcedores, pelo mau futebol apresentado, acredito nas classificações, por termos um elenco melhor nos dois casos, mas Milito terá que se reinventar, e reinventar a forma do time jogar.
Vamos sugerir um time para o primeiro duelo contra o tricolor paulista? Reforçar o meio para não sofrer atrás, não ceder contra-ataques e melhorar a saída de bola; não inventar nas posições dos jogadores; e ter um ataque forte para aproveitar os erros do São Paulo. Lembrando que o Galo não terá Zaracho (contundido), e Deyverson e Fausto (já atuaram por outras esquipes); e ainda tem a dúvida de Saravia, Alonso e Hulk. Segue abaixo um esboço do time! Um abraço e viva o Galo!