Os smartphones têm tomado uma importância cada vez maior na vida cotidiana, permeando, com seus aplicativos, nossa alimentação, transporte, finanças, estudo, trabalho, organização, informação, lazer e relações sociais. Nesse contexto, muita gente considera que não consegue viver sem o celular, se sentindo ansioso, estressado e até deprimido quando está “desconectado”.
Esses e outros sintomas podem estar relacionados à chamada nomofobia, que representa a dependência do celular e o medo ou ansiedade de estar sem o dispositivo eletrônico. O termo foi inventado em 2009 no Reino Unido e vem do anglicismo “nomophobia” (no mobile-phone-phobia), e está associado sintomas emocionais, como angústia, ansiedade, irritabilidade, medo, estresse, crises de pânico, tristeza, solidão, depressão; e sintomas físicos, como falta de ar, tontura, tremores, náuseas, dor no peito, taquicardia, dor de cabeça, enxaqueca.
Com o objetivo de enfrentar esse problema, sobretudo entre os mais jovens, a Câmara de Contagem aprovou, nesta semana, o Substitutivo ao Projeto de Lei 114/2023. Proposta pelo vereador Léo da Academia, a matéria institui a Campanha de Conscientização e Prevenção a Nomofobia em Contagem.
De acordo com o autor, cabe aos legisladores buscar alternativas para alertar a sociedade para os perigos desse transtorno e para a necessidade da busca de equilíbrio no uso dos dispositivos eletrônicos.
“São as doenças do Século XXI. Principalmente as crianças e jovens, hoje em dia, não conseguem ficar sem o celular e interagir com as outras crianças e jovens. E os pais, muitas vezes, incentivam esse comportamento utilizando o dispositivo por muitas horas e até entregando para o filho ocupar o tempo. Por isso, o projeto é importante no sentido de conscientizar os pais e os estudantes nas escolas sobre os perigos da nomofobia”, explicou Léo da Academia.
Nesse sentido, a proposta é realizar campanhas nas unidades de ensino e de saúde de Contagem, envolvendo instituições públicas e privadas, comunidade escolar e as famílias na conscientização e na prevenção a esse transtorno.
Durante a votação em primeiro turno, na última semana, os vereadores Zé Antônio e Moara Saboia parabenizaram o parlamentar pela iniciativa. O primeiro destacou que, desde os primeiros meses de vida, as crianças têm sido submetidas às telas, o que causaria grande prejuízo no seu desenvolvimento. A vereadora ressaltou que seu mandato tem sido procurado por diretores de escola, pedindo a proibição dos celulares nas instituições de ensino. “Nem sempre proibir resolve a questão, mas é importante conscientizar as pessoas e envolver as escolas nessa discussão”, concluiu Moara.
O projeto segue para sanção da prefeita Marília Campos, passando a valer a partir de sua publicação no Diário Oficial de Contagem. Caso seja vetado parcial ou totalmente, volta para nova rodada de votação na Câmara.