OPINIÃO: A DIREITA PRECISA DEIXAR BOLSONARO NO PASSADO?

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Por Maná Soares

É inegável que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi importante para o fortalecimento da direita no Brasil, alçando o conservadorismo ao poder máximo da República e disseminando os valores da família, da pátria e da liberdade para o nosso povo. Infelizmente, foi atrapalhado pela pandemia e, como a maioria de nós, não soube lidar com o fato novo que se instalou no mundo, enfrentando problemas econômicos, sociais e não gerindo bem a saúde pública na época.

Não à toa, não conseguiu a reeleição para a presidência e, posteriormente, ainda se tornou inelegível por ação questionável do judiciário. Mas a semente estava plantada! E o Capitão tem muitos méritos nesse sentido!

No entanto, as eleições municipais deste ano mostraram que é melhor “Jair se acostumando” com a nova direita. O “imbrochável” brochou muito! Se a direita mostrou muita força no pleito, tanto no primeiro quanto no segundo turno – com grande crescimento do PL e do Republicanos em número de prefeituras e de população das cidades administradas – Bolsonaro sai mais enfraquecido.

No segundo turno, Bolsonaro perdeu em oito das 11 cidades que fez campanha. As derrotas mais sentidas foram de Fred Rodrigues em Goiânia; Capitão Alberto Neto em Manaus; e Bruno Engler em Belo Horizonte. E teve também resultados adversos em Aparecida de Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Palmas (TO), Santarém (PA) e Santos (SP), cidades que visitou na reta final. Perdeu ainda em Belém (PA), Curitiba (PR), João Pessoa (PB), Porto Velho (RO) e Fortaleza (CE). Sem esquecer de Contagem (MG).

Outro político da direita que sai enfraquecido para as próximas eleições é Romeu Zema (Novo-MG). Esse conseguiu perder duas vezes na mesma eleição. Apoiou Mauro Tramonte (Republicanos) no primeiro turno, que ficou pelo caminho. E “morreu abraçado” a Bruno Engler (PL) no segundo turno.

De positivo, as “novas” lideranças de direita que se fortaleceram, incluindo os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR), cujos respectivos candidatos venceram os pleitos em suas capitais – no primeiro caso, batendo o candidato do Jair. Outra grande notícia é Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, que levou Ricardo Nunes à vitória na capital paulista. Esses três governadores podem ser boas opções para a eleição presidencial de 2026!

Não podemos nos esquecer do fenômeno Pablo Marçal, que foi o assunto das eleições, mesmo que não tenha conseguido ir para o segundo turno, embora não o considere sequer uma opção para a direita na corrida presidencial, por ter se mostrado completamente sem noção e radical ao extremo.

Por falar em radicalismo, as eleições mostraram que o eleitor médio tem se cansado do extremismo, tanto à direita quanto à esquerda – e isso é refletido na grande vitória do chamado Centrão, com suas emendas impositivas etc, principalmente do PSD, de Kassab, outra grande figura para 2026.

Dito isso, sugiro que a direita olhe mais para o centro, com o objetivo de buscar um crescimento sustentado e consistente, numa centro-direita que tem mais potencial do que a extrema. E, para isso, precisamos deixar Bolsonaro no passado e apostar em novas lideranças, além de cobrar moderação de algumas promessas, como o jovem Nikolas Ferreira (PL-MG). O ex-presidente disse ontem que não existe direita sem ele, que “é utopia”… eu digo que a direita sem ele é uma necessidade. Para o bem da direita, para o bem da política, para o bem do Brasil!

Foto: Evaristo Sá/AFP

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