Por Leandro Perché
Assim como no clássico do final de semana, o Galo dominou o jogo de ida contra o San Lorenzo, na Argentina, se sentindo à vontade com a pressão da torcida adversária, mas não conseguiu traduzir a superioridade em resultado. Foram quase 70% de posse de bola, mais de duas vezes mais passes (634, contra 266), e maior efetividade nos passes (83% de passes certos, contra 70% do adversário). A diferença é que, desta vez, não teve mais finalizações.
O esquema utilizado foi o mesmo que Milito colocou em campo contra o Cruzeiro: um 4-4-1-1 defendendo, e o 3-2-5 com a bola. A diferença estava na escalação inicial, com Deyverson na vaga de Cadu, e Bernard no lugar e na função tática de Alan Franco.
O domínio do primeiro tempo foi do Galo, e as duas únicas chances dos argentinos surgiram a partir de erros na saída de bola do alvinegro, quando o time do Papa avançava um pouco a marcação. Na segunda roubada de bola no campo do Galo, aos 16 minutos, o San Lorenzo abriu o placar e, em seguida, fechou a “casinha”, impondo dificuldades na armação do Galo. Com o jogo amarrado e muitos passes no campo de defesa, poucas chances foram criadas.
Disposto a buscar o empate, o Atlético tentou avançar mais suas linhas no segundo tempo, e melhorou na fluência ofensiva até o empate de Paulinho, aos 12 minutos, no rebote do goleiro, após excelente jogada de Fausto Vera pela direita. E o Galo continuou dominando as ações a partir daí, com muitas disputas no meio, um San Lorenzo acuado e com muitas dificuldades em jogar.
Após as substituições, a partir dos 30 minutos da segunda etapa – Cadu no lugar de Deyverson, e Franco na vaga de Otávio – o time começou a perder força, e piorou um pouco mais a partir dos 40, quando Milito tirou Bernard e Scarpa, para as entradas de Zaracho e Alisson. Com isso, o San Lorenzo tentou o “sprint” final por um melhor resultado, mas sem muita efetividade.
O resultado foi bom para o Galo, que acabou buscando um empate fora de casa, e vai definir a vaga nas quartas de final em seus domínios, com o apoio da massa, na próxima terça-feira (20/08). A sensação é que o time ganhou maturidade, sem se apavorar com a pressão e o resultado adverso, e sem perder a sua essência de ser protagonista em qualquer situação de jogo. No entanto, o Galo precisa aproveitar melhor o seu domínio para buscar o resultado. Em resumo, dava para ganhar do Cruzeiro e do San Lorenzo.
Agora, é buscar a vitória diante do Cuiabá, pelo Brasileirão, no próximo sábado (17/08), às 16h na Arena MRV. Milito não é de poupar jogadores, e também não sou muito a favor, mas a tendência é que entre com um time forte e, no segundo tempo, vá dando um descanso para alguns, dependendo do resultado. As perspectivas são boas!
Um abraço e viva o Galo!
*Foto de capa: Pedro Souza/Atlético