Por Leandro Perché
Com muita garra, inteligência emocional e sintonia com a torcida, o Galo conseguiu a vitória que precisava sobre o San Lorenzo e, assim, a classificação para as quartas de final da Libertadores. Na próxima fase, enfrentará o atual campeão continental – o Fluminense – que, apesar de estar em momento difícil no Brasileirão, conseguiu a classificação nos pênaltis contra o Grêmio.
Os primeiros 15 minutos da partida deram a falsa impressão de que seria um jogo mais tranquilo, visto que o Galo atacava com sua tradicional linha de cinco, no 3-2-5, com intensidade e marcação na saída de bola, contra uma linha de quatro defensiva do San Lorenzo. O alvinegro pressionou, roubou boas bolas no campo do adversário, aproveitava a superioridade numérica na fase ofensiva para rodar a bola e encontrar Arana ou Scarpa mais livres, mas não conseguiu o gol.
Após esse período de pressão, os argentinos corrigiram sua marcação descendo o ponta direita Leguizamon para acompanhar Arana, ou afundando o volante Sosa, para compor uma linha defensiva de cinco. Assim, o time do Papa conseguiu equilibrar o jogo, finalizar mais e criar as melhores chances – inclusive com uma bola na trave – mesmo com o domínio territorial e mais posse de bola do Galo. Os primeiros 45 minutos foram brigados no meio-campo, de catimba argentina, e de dificuldade de criação para os donos da casa, que tentavam, em vão, bolas longas para Deyverson.
*Pressão do Galo nos 15 minutos iniciais com cinco na linha ofensiva, contra quatro defensores do San Lorenzo. Em seguida, El Ciclón corrige com recuo de Leguizamon e/ou Sosa, equilibrando a partida.
O Galo voltou para a segunda etapa com duas mudanças: Vargas e Bernard no lugar de Deyverson e Zaracho. E o time não engrenou, pois El Ciclón voltou com mais volume ofensivo e boas finalizações, inclusive com duas boas intervenções do goleiro Everson. Ainda no início, o amarelado Otávio deu lugar a Fausto Vera, o que não mudou muito a ligeira vantagem do San Lorenzo. O que mudou mesmo foi o gol, aos 20 minutos, em cobrança de escanteio de Scarpa e cabeçada de Battaglia, que já vinha tendo boa atuação defensiva.
Com a vantagem no placar, o Galo passou a administrar a vitória e criar boas chances nos erros do adversário. A catimba mudou de lado, com demora dos atleticanos para repor a bola em jogo, cai-cai, abertura da estrutura inflável para acesso aos vestiários, longa parada por causa de spray de pimenta na torcida argentina. Para reforçar a marcação, o alvinegro ainda teve Saravia no lugar de Fuchs, aos 26, e Lyanco no de Scarpa já nos acréscimos E o San Lorenzo, na sua limitação técnica, não conseguiu criar muita coisa para reverter o placar.
Vitória do suor, da inteligência e da simbiose com a torcida, que esperamos que permaneçam tanto na próxima fase da Libertadores, contra o Flu, quanto na Copa do Brasil, contra o São Paulo, mas também nos confrontos pelo Brasileirão. E também esperamos um futebol muito melhor, considerando que temos adversários mais qualificados pela frente. É comemorar e continuar apoiando, com esperanças de dias ainda melhores – ainda mais com a volta do Hulk, que faz muita falta. Um abraço e viva o Galo!
*Foto de capa: Pedro Souza/Atlético
