Por Diego Zanini
Caros leitores, hoje vamos falar um pouco sobre o novo treinador do Cruzeiro, e a sua forma de jogar. Fernando Diniz é um treinador que tem um estilo próprio de jogo, e poucos técnicos conseguem fazer com que seus times joguem da forma que ele consegue.
Trata-se de um futebol bonito de se ver, mas, até que suas equipes cheguem nesse nível, requer muita paciência da diretoria e principalmente da torcida.
Normalmente, seus times gostam de construir as suas jogadas desde lá de trás, da defesa, de onde já se tem uma troca de passes entre o goleiro, os defensores e laterais. A bola vai de um lado para o outro, com muita paciência e calma dos jogadores, até que o espaço seja encontrado, para que as jogadas tenham um prosseguimento.
Só que essa saída da bola com os pés não é uma das características fortes do nosso goleiro Cássio, e ele terá que se adequar a esse estilo do treinador. Mas com o goleiro Fábio aqui no Cruzeiro era a mesma coisa e, jogando com Diniz na equipe do Fluminense, ele evoluiu muito nesse aspecto.
Por causa do estilo do treinador, será difícil ver esses chutões que acontecem muito nos tiros de meta, e as jogadas começam a ser construída com passes curtos lá de trás. Na imagem abaixo, tentarei ilustrar um pouco de como irá funcionar essa saída de bola; vejam que opções não faltam para se iniciar a jogada.
Reparem essa aglomeração de jogadores próximos uns ao outros e próximos à bola. Isso acontece muito nos times do nosso novo treinador. Essa aproximação é para que o toque de bola seja facilitado, com toques curtos e muito rápidos.
E, quando um jogador toca a bola, esse jogador já se movimenta para receber a bola em outro setor do campo. Ou seja, em campo, os jogadores precisam sempre estar se movimentando, para dar opções para os seus companheiros.
Quem já viu o estilo de troca de passes feito pelo Barcelona ou mesmo pela seleção espanhola? O futebol que o treinador tenta aplicar é mais ou menos esse, com muitos passes e toques de bola curtos.
Na imagem abaixo, vemos que há sempre a maior quantidade de jogadores no espaço do campo onde a bola se encontra, às vezes, deixando apenas um ou dois jogadores do lado oposto.
Semifinal da Sul-Americana
Após 15 anos, o Cruzeiro volta à semifinal de uma competição Sul-Americana. A última vez, tinha sido na Libertadores de 2009, quando passamos pelo São Paulo nas quartas de final, pelo Grêmio nas semifinais e, na final, perdemos para o Estudiantes, da Argentina.
A equipe passou perto das semifinais em outros anos da Libertadores, como em 2014 e 2015, quando fomos derrotados nas quartas de final por duas equipes argentinas, o San Lorenzo em 2014 e o River Plate em 2015.
Na noite de ontem, o Cruzeiro confirmou a sua classificação às semifinais. Não fez uma boa partida e, no segundo tempo, acabou sofrendo mais do que o necessário, pois teve muitas dificuldades após expulsão de Lucas Romero, no começo do segundo tempo.
A partida acabou empatada por 1×1, com o gol celeste marcado por Kaio.Jorge no começo da partida. E o agregado acabou sendo 3×1 para o Cruzeiro, considerando a vitória do time celeste na Argentina. No final de outubro, enfrentaremos a equipe do Lanús, da Argentina, com o primeiro jogo aqui no Mineirão, e a decisão lá na casa dos “hermanos”.
Agora, o foco volta para o Brasileirão e para a partida contra o Vasco, no domingo no Mineirão, e depois, na quarta, enfrentamos o Fluminense fora.
Para o jogo contra o Vasco, há risco de Fernando Diniz não estar à beira do campo, pois o treinador está suspenso após levar o terceiro amarelo contra o mesmo Vasco, quando dirigia o Fluminense. O Cruzeiro entrou com efeito suspensivo para que o técnico possa estar à beira do campo.
Após esses dois jogos, terá uma pausa de duas semanas no Brasileiro por causa da data Fifa, e será nessa parada que o treinador terá um tempo maior para conseguir implantar seu estilo e sua forma de jogar.
*Foto de Capa: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
