OPINIÃO: DIREITA FEZ PÉSSIMA OPÇÃO EM BELO HORIZONTE

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Por Maná Soares

O espectro político da direita já estava a pé de candidato para a Prefeitura de Belo Horizonte no primeiro turno. Não bastasse termos os midiáticos Carlos Viana (Podemos) e Mauro Tramonte (Republicanos) – que não seriam opções primorosas – a escolha do eleitor belorizontino foi por um jovem sem experiência em gestão pública, sem escolaridade e sem profissão – Bruno Engler (PL).

Eu sei que a ideia da direita na capital das Gerais é fortalecer sua base no município pensando também nas próximas eleições. Talvez por isso tenha votado naquele que foi intitulado “o candidato do Nikolas e do Bolsonaro” e é conhecido por defender de forma mais estridente a pauta de costumes, como os combates à “ideologia de gênero”, à linguagem neutra, ao aborto, etc.

No entanto, devo lembrar que a eleição municipal é mais sobre a capacidade de gestão e sobre as propostas de políticas públicas para a cidade, do que sobre as questões ideológicas, que – ATENÇÃO – não podem ser alteradas pelo prefeito.

O jovem do PL não concluiu o ensino superior, mas desde os 19 anos é candidato a alguma coisa na política. Tentou vereador em 2016 e prefeito em 2020, sem sucesso, mas conseguiu se tornar deputado estadual em 2018, sendo reeleito em 2022. Nesta legislatura, nos dois últimos anos, protocolou apenas seis projetos e faltou a mais da metade (55%) das reuniões plenárias da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Considerando também o mandato anterior, a ausência é de 47%, de acordo com o Diário Legislativo, sem contar as faltas nas reuniões das comissões de Constituição e Justiça e de Direitos Humanos.

Carlos Viana seria um candidato melhor para carregar a bandeira do conservadorismo. Jornalista e professor universitário, tem mais história na política e de vida, e uma produção mais relevante como Senador da República por Minas. Para os desinformados, só de acompanhar um dos debates da TV, a gente via mais postura, articulação e propostas do que o jovem do PL.

Sobre Mauro Tramonte, embora não tenha muita experiência na política, tem uma caminhada mais respeitável como homem público e suas propostas eram visivelmente melhores, em relação às de Engler, principalmente, pelo seu olhar mais liberal na economia. Além disso, o comunicador é mais próximo do governador Zema, podendo atrair mais investimentos para a capital mineira.

Se a gente tinha duas opções razoáveis, por que escolher a ruim? Faz esse analista de centro-direita pensar que até o candidato do “centrão” – que tem um vice de direita – poderia ser um prefeito melhor do que o candidato do PL em BH. Uma lástima!

*As opiniões dos colunistas não, necessariamente, refletem o ponto de vista da Contagem Web Rádio.

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