Por Leandro Perché
Com mudança de ideia de jogo, consistência defensiva e muita luta, o Galo venceu o duelo de ida das quartas de final da Copa do Brasil contra o São Paulo no Morumbis.
A opção de Milito por um jogo mais reativo, com uma marcação mais por encaixes individuais, para anular as principais peças do tricolor, e com uma saída mais sustentada por quatro jogadores, no lugar dos três habituais, foi determinante para o time sofrer menos defensivamente e buscar a vitória no erro do adversário. No fim, foi recompensado com vantagem construída com o gol de Battaglia, novamente em cruzamento de Scarpa, como foi na Libertadores.
O time entrou sem surpresas na escalação, mas com uma postura diferente. Usou, sem a bola, o habitual 4-4-1-1, mas com marcação mais homem-a-homem por setor. Saravia, por exemplo, perseguia Lucas Moura por onde o craque do São Paulo fosse (principalmente no segundo tempo, quando o meia teve mais mobilidade); Franco cercava o volante Bobadilla; Scarpa não deixava o lateral Wellington apoiar, e Paulinho fazia o mesmo do outro lado com Rafinha; Otávio com Luciano.
Com a bola é que o time mudou mais consideravelmente. Frequente em outros jogos, a saída de bola de três ganhou um quarto homem, com Arana mais defensivo, ficando para começar as jogadas. Isso diminuiu a perda de posse no campo de defesa, fazendo o time correr menos risco e, quando o São Paulo recuperava a bola, o Galo estava com superioridade numérica em seu campo. O efeito colateral foi, muitas vezes, ter que recorrer à ligação direta para Hulk, já que o meio campo ficava com menos jogadores na hora da armação de jogadas.
Se Milito gosta de atacar no 3-2-5, desta vez, abdicou de sua preferência saindo, de forma mais cautelosa, com quatro jogadores e construindo num 4-3-3, ou 3-3-4 na fase mais ofensiva, quando Arana subia um pouco, ocupando o meio. Não criou muito, mas também não correu riscos.
Assim, nos primeiros 15 minutos, o Galo controlou o que poderia ser uma pressão do São Paulo, tentando uma marcação um pouco mais adiantada e a busca pela posse no campo de ataque. Posteriormente, o São Paulo passou a ocupar o campo de ataque, mas com dificuldades em sair da marcação alvinegra. Primeiro tempo equilibrado e com o Galo mostrando muita concentração e intensidade sem a bola.
No segundo tempo, o tricolor tentou forçar mais, mas encontrou um adversário jogando com inteligência na defesa e buscando seus erros. Desta forma, o time da casa teve apenas duas chances na reta final da partida, que não soube aproveitar, e o Galo venceu a primeira batalha com Battaglia, bem defensivamente e novamente sendo decisivo na jogada aérea ofensiva.
Atuação de Copa do Galo, consistente e inteligente para levar um resultado gigante para a decisão em casa. Méritos para Gabriel Milito, que abriu mão de sua filosofia para “jogar um jogo de muita neutralização do rival”, como ele mesmo disse na coletiva. Boa atuação novamente de Everson e Otávio, e decisão de Battaglia na qualidade do cruzamento de Scarpa. Hulk também mostrou que fez uma falta danada, pois, embora não tenha sido brilhante, cumpriu sua função de prender a bola na frente e incomodar a defesa adversária. A expectativa é por um jogo parecido aqui em BH, e que o Galo, com a mesma raça, conquiste a classificação.
Um abraço e viva o Galo!
*Foto de Capa: Pedro Souza/Atlético
Muito boa informação sobre o jogo do Galo
Boa cronica
O galo tem uma boa vantagem, mas pra passar tem que jogar mais bola. Se o Milito não inventar na escalação e no posicionamento do time a vaga será nossa.
E viva o galo