Dia 17 de junho. Para muitos, essa data pode representar vida, morte, ou apenas mais um número ou dia. Mas, para os fãs da bola laranja, em especial, amantes da franquia em tom de verde do estado de Massachusetts, representa o dia em que o trevo de três folhas é o trevo da sorte.
Para você, que lê essas palavras, pode parecer estranho um jornalista, nascido e criado no estado de Minas Gerais, se identificar tanto com um time de basquete americano. Porém, há de ressaltar o quanto brasileiro é intenso em relação ao esporte, e com o basquetebol não é diferente. E pude ser recompensado rapidamente por essa paixão fulminante. A data do prêmio; 17 de julho de 2008.
Ainda com 10 anos de vida, pude ver, mesmo que remotamente, um time, regido por Paul Pirce e Kevin Garnett, vencer o grande Los Angeles Lakers de Kobe Briant e voltar a ser campeão das finais do Novo Basquete Americano após 22 anos. O trevo de três folhas voltava ao topo e o mundo todo viu.
Ao olhar para trás, me impressiono como eu, apesar da pouca idade, escolhi com tanta determinação tomar para mim o sentimento de vencedor que o time acabava de proporcionar para seus aficionados. Naquela noite, imaginei o mundo, entretanto, diferente do que eu imaginava, os anos seguintes trouxeram uma visão diferente.
Após a conquista, o Celtics contou com astros, jogadores de procedência dúvidosa, boas e más trocas, eliminações vexatórias e duas finais perdidas. A primeira, dois anos após o título, novamente diante do Lakers e a segunda, 12 anos depois, com o toque do ‘venenoso’ Stephen Curry.
Durante esse tempo, o sentimento que se via era que o trevo, que diferente do irmão que conta com uma folha a mais, chegou no seu teto de sorte. A camisa verde, para muitos, perdeu a grandeza, a força, a sorte. Mas, pra quem veste verde, há sempre algo que nem a ciência ou religião explica. E quis o destino que tudo isso fosse representado novamente no mesmo lugar, TD Garden e na mesma data, o fatídico dia 17 de julho.
Se em 2008, Paul Pirce e Kevin Garnett comandavam a franquia, em 2024, a responsabilidade estava nas mãos de Jason Tatum e Jaylen Brown. E pra completar, com os ótimos Derick White, Jrue Holiday e Kristaps Porziņģis ao seu redor.
Pela frente, um Dallas Mavericks de Luka Donkic e Kyrie Irving, um adversário de peso. Apesar disso, a série, que tendia a ser difícil, caminhou para um 3 a 1 Boston, com jogo sendo logo no dia tão marcante para todos. O trevo estava novamente em mãos.
Para muitos, chega a ser insanidade pensar que, apesar do bom retrospecto na série e a chance de fechar em casa estivessem a favor do Celtics, o torcedor que esteve presente na frente da tv em todo mundo, acompanhando por seu smartphone ou até mesmo no TD Garden ainda tinha sua desconfiança. Mas, ele, o fatídico 17 de junho, representa o dia onde o trevo da sorte é o de três folhas.
Comandado por Jason Tatum, o verde voltou a ser a cor mais forte no mundo da bola laranja e aquela folhinha, que por muitos foi castigada por 16 anos, demonstrou sua força.
Dia 17 de junho de 2024. Para muitos, pode até continuar sendo um dia normal, mas, para o mundo celta, representa a força do verde, a sorte, a alegria, a competência, o BOSTON CAMPEÃO.
Por: Lucas Marques
Foto: https://mulheresacesta.com.br/2022/03/a-pontuacao-no-basquete/